quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Para Brasil, decisão nos EUA não altera relação comercial


Reportagem da Folha de São Paulo

O governo Dilma avalia que o resultado da eleição norte-americana, de forma prática, não afeta aquilo que mais interessa ao Brasil: as relações comerciais entre os dois países. A presidente torceu pelo democrata Barack Obama, apesar de enxergar pontos positivos no republicano Mitt Romney por ele ser menos protecionista.
Segundo assessores presidenciais, o resultado da eleição presidencial não mudou nada pelo fato de que a eleição não mudou a composição do Congresso americano, por onde passam as decisões sobre comércio externo. A Câmara continua sendo de maioria republicana; o Senado seguirá democrata.
Nas palavras de um assessor, a tendência de manutenção da divisão de poder entre democratas e republicanos não irá promover mudanças no cenário atual das relações bilaterais, independentemente de quem vença.
Nas eleições, além de definir o futuro presidente dos Estados Unidos, os eleitores americanos votaram para eleger os novos deputados e renovar um terço do Senado.
Editoria de Arte/Folhapress
Do ponto de vista pessoal e político, a presidente Dilma tem muito mais afinidade com Obama. Os dois defenderam posições semelhantes em recentes reuniões no campo econômico.
Ela e Obama cobraram de países europeus, principalmente da Alemanha, a adoção de medidas para estimular a retomada do crescimento econômico mundial, pedindo que evitem focar ações apenas no campo da austeridade fiscal.
Nesta área, lembra um assessor, os dois estão do mesmo lado, enquanto Romney seria mais defensor da total liberdade de mercado. Por outro lado, o republicano, pela linha histórica de seu partido, tenderia a ser menos protecionista, o que poderia ser favorável ao Brasil.
POLÍTICA EXTERNA
Dilma não havia gostado do documento sobre política externa do candidato republicano. Nele, ele citou basicamente dois países da América Latina, Cuba e Venezuela, sob um ponto de vista ideológico socialista.
Nessa área, o Planalto enxergava Romney como um político conservador, que poderia representar um atraso em termos de política internacional.
Mas o governo Dilma não considerava uma eventual vitória do republicano como o "fim do mundo". Afinal, destacou um assessor, os Estados Unidos, apesar de parceiro importante do Brasil, já não são mais o centro do mundo, não tendo o mesmo peso do passado.
Ele lembrou ainda que o ex-presidente Lula teve um bom relacionamento com o mais recente presidente republicano, George W. Bush.

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